
Convém antes de mais esclarecer que, qualquer semelhança da GT com a minha é pura coincidência, pese embora se destinarem ao mesmo tipo de uso e terem muitas semelhanças nalguns componentes. Talvez por isso, se tivesse uma GT, nunca lhe chamaria RaTa, pois a GT é muito mais possante. Decerto iria chamar-lhe um nome algo mais másculo (pénis?). Apesar de tudo a RT é a minha referência e por isso é com ela que vou comparar a GT.
A diferença mais palpável é sem dúvida o nº de cilindros – 6, 3 vezes mais que a RT! Ao andar na GT, sente-se um binário poderoso quase na mesma proporção do número de cilindros. É esta pujança que nos permite questionar-nos, para quê velocidades automáticas? Depois de engrenada a sexta velocidade, ficamos com a sensação de que não é necessário mudar mais. A 30 Km/h e cerca de 1000 rpm, nada reclama.
O acelerador já não tem cabo, é electrónico, muito sensível ao tacto. Os seis cilindros a trabalhar ao ralenti, parecem um zangão zangado. Ao arrancar até tinha medo de acelerar, mas depois verifiquei que o motor até nem é muito brusco, mas cuidado com a genica dele. No entanto o som (não me atrevo a chamar-lhe ruído) parece estar constantemente a avisar-nos que aquilo não é um brinquedo.
A curvar nota-se mais o peso que na RT, no entanto deixa-se levar sem esforço, com a vantagem de não precisar de praticamente de reduções de caixa nas curvas mais lentas. Consumos? Quando arranquei o computador marcava 6 l/100 e ao regressar marcava o mesmo. Nada mau para uma 1600.
Já a tinha visto em fotos e algumas referências positivas sobre a sua ligeireza para os seus 330Kg (depósito cheio), no entanto esperava que fosse mais “gorda”. Tendo os pés mais perto do chão e estreita entre as pernas, acaba por compensar o seu maior peso em relação à RT. Por outro lado o conjunto do painel de instrumentos e retrovisores, acabam por lhe conferir um ar mais esguio e ligeiro.
Os comandos nos manípulos são muito parecidos à RT, no entanto as funções são muito diferentes. Nota relevante para o computador de bordo, estilo TFT a cores, perfeitamente legível, com todas as funções – rádio, suspensões electrónicas, GPS, pressão dos pneus, aquecimentos dos punhos e dos assentos, níveis de potência do motor, nível da gasolina, temperatura do motor, temperatura ambiente, etc. Na RT é mais imediato o acesso às funções, mas na GT com habituação também acedemos rápido, mas acima de tudo o aspecto é simplesmente fantástico.
Quase me ia esquecendo de um equipamento único no mercado, de estreia mundial – o farol direccional que aumenta a luminosidade nas curvas. Como não utilizei, não posso dizer nada, mas decerto deve ser muito útil… à noite, claro!
É difícil por defeitos a esta moto. Estamos a falar do topo de gama da BMW - 25.500 € de moto (GPS incluído)! Tal como me custou um pouco adaptar-me à caixa de velocidades da minha RaTa, com a da GT também não me entendi muito bem. Os travões da frente, aparentemente iguais aos da RT, não é que travem mal, mas pareceram-me um pouco curtos para a potência e peso desta máquina. Se lhe colocassem uns radiais, nem que fosse só para encher os olhos, penso que não tinha nada de mais.
Por fim vamos àquilo que é mais subjectivo – as suas linhas. Ao contrário da sua antecessora K1300GT, considero a 1600GT lindíssima. Tem umas
Findo este pequeno teste regressei à minha calma e descontraída RaTa, mas com pouca vontade de regressar pela aborrecida auto-estrada. Por isso, e porque o tempo ameno assim o convidava, desviei a minha rota pela serra do Caramulo e em Lamego voltei a sair da linha e fui pela nacional até à Régua.
Que mais é que se pode pedir de uma revisão?
Caro companheiro, nem com o corte que vais levar no ordenado feito pelo nosso amigo Socrates te vai fazer deixar de comprar este brinquedo!!!
ResponderEliminarRealmente é uma mota que não consigo ficar indiferente desde a sua primeira foto. Mas a parte do preço as revisões ui ui..
Abraço
Filipe Lage
Caros amigos, é com imenso prazer que vejo este outrora singelo Blog, começar a tomar forma de site de motos a sério. Ao Mário os meus parabéns pela matéria super bem escrita. Continuo sem o tempo necessário para vos acompanhar, infelizmente. Boas curvas e continuem o bom trabalho.
ResponderEliminarAbraço, José Eduardo