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quarta-feira, 12 de março de 2014

Passeio por Mogadouro: 4 horas sem um golo de água


Antes de partit

Este passeio não tem nada de especial, dirás tu. Mas para mim tem e para o meu amigo Filipe também me pareceu que sim. Isto porque, depois da travessia de um duro Inverno a ver a moto "prostrada" na garagem e muitos meses sem andar juntos, este passeio foi como, em termos religiosos, renovar a alma, e em termos de actos médicos, uma transfusão de sangue, eheh.

O dia estava perfeito, um sol límpido e brilhante, que enchia a paisagem de luz e cor, dando-nos vontade, não só andar de moto, mas também de voar (hummm, quem me dera ter asas).

O trajecto
A estrada, limpa de pós e areias e bem conservada, convidava rasgá-la ao meio com as nossas motos, mas eu, cauteloso, avisei logo antes da partida que estava cheio de ferrugem no corpo e na mente e por isso não esperasse grandes cavalgadas.

A resposta dele foi para eu ir à frente. Uma dúzia de curvas depois e os pneus bem quentes, qual ferrugem qual diabo! gááááááás!!! Até Bragança foi sempre a curvar, acelerar, travar, em resumo, disfrutar como já não o fazia há muito tempo. O Filipe claro, sempre a acompanhar, quanto mais eu andava, mais ele acelerava, era como se lhe estivesse a lançar rebuçados.

Filipe e o seu gps improvisado
Em Bragança, ainda meios turvados com a adrenalina, surgiu-nos a dúvida, e agora para onde vamos? Por Mogadouro! Depois de uma mal sucedida tentativa de montar o gps na moto (a ventosa não colava no depósito), para nos orientarmos, recorremos à forma mais tradicional - falar com um taxista.

É provável que já tenha passado por estas estradas em ocasiões anteriores, mas como não é usual não tenho a certeza, mas tenho que dizer que à medida que avançavamos, mais me caíam os queixos com o gosto que aquilo me estava a dar. Curvas redondas e penosas para os carros, mas um mimo para as nossa motos. Até Mogadouro foi uma delícia e daí até Vila Flor foi um sopro pelo já nosso conhecido IC5 (ver anterior artigo). O objectivo era almoçar em casa e as horas começaram a apertar. De Vila Flor a Mirandela, pela N213, é sempre agradável passar por lá, em especial nesta época, ao inalarmos o agradável cheiro dos lagares de azeite, que agora trabalham a todo o gás.


Em Bragança
De Mirandela a Chaves, nada de novo, muito rápida até Valpaços e muitas curvas e bom piso até Chaves, mas cheia de limites de velocidade, localidades, rotundas, etc.

A voltinha, (320Km) foi tão frenética e entusiasmante que nem nos ocorreu parar para beber um golo de água. Nós é que somos uns bebedores!!! Mas ficou-nos água na boca para mais.