Comentário das imagens expostas


segunda-feira, 4 de julho de 2011

13º Lés-a-Lés Parte II – O 13 que não deu azar!


Depois do que disse o Filipe por palavras e por imagens, pouco fica por dizer e por isso vou-me dedicar-me à conversa da treta.

Confesso que deixei passar 10 edições do Lés-a-Lés, porque não achava nenhuma graça andar cerca de 30 Km em terra batida e sujeitar a minha Suzie GSXF750 às inclemências dos buracos, pedras e pó.

Cumpridas 3 edições, continuo a pensar o mesmo, não pela moto, mas por mim. Acho uma gradessíssima estupidez ir em carneirada, por caminhos, a apanhar quilos de pó e ainda por cima ver passar alguns “camelos” (não domesticados) a revolverem a terra com as suas deslumbrantes e potentes trail, julgando que são os maiores do todo-o-terreno, mas que no final libertam apenas as suas frustações, esquecendo o civismo com todos os restantes. Há quem diga que isto é falta de espírito. Eu digo que não é adequado, quer seja pelo diverso tipo de motos, quer pela enorme quantidade (1200!) e pelo tempo, normalmente seco. É quase tão adequado fazer isto, como fazer shows eróticos numa concentração de motos (quase!).

O Alentejo é bonito, sem dúvida, mas por mais que a organização se esforce, nunca consegue arranjar temas como arranja no norte. O que não posso concordar, é que sevinguem com caminhos em terra, para empatar o “pissoal”, onde pouco mais se vê do que chaparros… e poeira, muita poeira! Eu sei que, se não fosse isso púnhamo-nos logo no Algarve, mas tal como existem alternativas aos shows eróticos nas concentrações, também existem para os intermináveis caminhos poeirentos.

Esta edição foi especial, porque levamos passageiro. Daí apresentarmos umas quantas fotos privilegiadas, tiradas em andamento, o que me fez encher de vaidade ver-me a mim próprio (g’anda máquina eh!?)!

Fora isso e a boa companhia, ficou o peso. A falta de manobrabilidade da minha moto naqueles locais mais intrincados, fazia-me por vezes perder as estribeiras e com isso, a pobre e doce “RaTa”, em breves segundos, passava a ser apelidada de grandessíssimo “canhão”, despertando-me em simultâneo incomensuráveis saudades da minha baixota CX500.

Também fez falta o ar condicionado. Foram 3 dias, com temperaturas praticamente acima dos 35 graus (à sombra). Mais para o fim, já nem podíamos parar, pois as nossas companheiras de viagem deitavam logo o equipamento ao chão, à procura de mais fresquinho.

Mais uma vez fomos presenteados pela organização com lugares, monumentos e paisagens espectaculares. O único problema é que tudo se passa tão rápido que nem dá tempo para “digerir” aquilo que se vê, chegando-se ao fim do dia sem saber exactamente onde se esteve e o que viu. É tal qual num casamento. Come-se muito e de tudo, mas não se saboreia nada e no dia seguinte já estamos com fome!

Já que falei de comida, vamos às refeições. Fica o aviso. Se alguém vai ao Lés-a-Lés para comer, é melhor ficar em casa, ou então é melhor ir a restaurantes (fizeste bem em não ir Michel!). Bom ou mau, é sempre polémico, senão vejamos: aquilo de que eu gostei, os meus companheiros não gostaram e vice-versa. Só o jantar em Lagoa gerou unanimidade. Foi bastante bom, tanto em qualidade como em quantidade.

Como sempre, a chegada à costa do Algarve é sempre emocionante, ou melhor,
deslumbrante. Depois de praticamente três dias a vermos o interior profundo por entre pedra, calor e pó, de repente a nossa vista choca com o azul do mar, a praia e seres em trajes menores, muitos deles de pele branca ou rosada vindos de algures do norte da Europa. Não consegues sentir aquilo que eu digo? Então é porque não fizeste o Lés-a-Lés!