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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Despedida da “moto quase perfeita”

Vender e comprar não deviam ser notícia, mas a verdade é que os quase 80.000 Km e quase 6 anos de companhia, com a minha leal companheira BMW R1200RT, não me deixam indiferente.
Admito que seja uma “rapariga” avultada, com poucas curvas, que não transmite sensualidade como uma desportiva ou uma “naked”. É feita mais para ser do que parecer, mas quem a conhece sabe perfeitamente que é completa e não lhe falta caracter e melhor que tudo, nunca te deixa plantado, seja cual for a situação. Ao fim e ao cabo tem aquilo que é mais importante numa aquisição, para aqueles que disfrutam em andar de moto. Cometem um erro aqueles que a levam para ficar em casa. Dá muito a troco de pouco, por isso, nada de deixá-la sozinha e aborrecida.
A sua incondicional fiabilidade, consumos comedidos, baixo custo de manutenção, segurança, conforto, protecção, capacidade de carga, são itens que acabaram por criar as condições ideais para viajar muito, tanto no Inverno como no Verão, incitando sempre a ir mais longe do que o previsto.
Não tenho histórias de desventuras para contar. As únicas situações críticas que tive com ela, foi ocasionalmente, em que quase ficava sem gasolina ao tentar apurar ao máximo os seus 25 litros de depósito, que por vezes quase davam para andar 500 Km sem reabastecer. Foram 80.000 Km de apenas meter gasolina, trocar de pneus e pouco mais.
Queres saber se tem defeitos? Sim tem, mas são muito poucos. E não vou enumerá-los, porque não é ocasião para isso. Sou da opinião que nunca se fala publicamente dos defeitos de uma rapariga, em especial quando foi a nossa companheira durante vários anos…
Que mais posso pedir? Nada. Não há explicação para este desprendimento. Já diz o ditado, “não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe”. Chegou a hora da despedida. Mas com a má sensação de que nunca mais irei ter melhor. Poderei vir a ter uma moto mais rápida, mais bonita, mais desportiva, mais campreste, mas globalmente nunca será melhor, porque para mim a RT é, e sempre será, a “moto quase perfeita”.