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sexta-feira, 16 de março de 2012

Honda VFR1200X Crosstourer– Uma sedutora com muito músculo





A elegante Honda VFR1200X Crosstourer cor preta
A Crosstourer é uma trail elegante (crossover, dizem os da Honda) que, apesar dos seus cerca de 280 Kg em ordem de marcha, transmite ao olhar uma sensação de leveza. Pela primeira vez nestes últimos dois anos, foi esta atraente moto que me fez levantar a hipótese de trocar pela minha RT. As expectativas eram elevadas, e mal tive a oportunidade, fiz-me à estrada e fui à MotoTrofa fazer um pequeno teste no modelo com velocidades manuais.

Equipamento
Vista lateral direita
Mal me sentei na Crosstourer, em poucos minutos de observação desabou sobre mim a desilusão. O aspecto geral dos comandos e painel de instrumentos é bom, mas é quase igual ao da NC700X que custa exactamente metade do preço (!) e por isso esperava melhor, ou pelo menos diferente.

Painel de instrumentos
O painel de instrumentos, foi o que menos brilhou nesta moto
O painel de instrumentos tem a mais que a NC700X um computador de bordo (consumo instantâneo, médio, etc) cujo comando é junto ao mostrador (a Suzuki VStrom650 tem o botão junto à embraiagem e custa menos 5.000€). Nele também se pode ver a velocidade engrenada, mas esta tem um pequeno despiste – em vez de indicar o ponto morto (N-neutral)) no mesmo local onde aparece o número da velocidade, mostra mais acima com uma luzinha verde. Por baixo do painel vê-se um grande buraco que deixa à mostra a parte de trás do farol, coisa que nem na NC700X isso acontece.
Um painel pequeno, mas com muita informação
Também não entendo porque é que, ao rodar a chave da ignição para a ligar, o farol dos médios acende de imediato em vez de esperar que a motor arranque, evitando gastos de bateria desnecessários. Conheço motos em que isso não acontece…

Um grande botão para um bom buzinão
A Honda continua com a sua inexplicável insistência de colocar a buzina no lugar dos piscas e lá andava eu alegremente a buzinar nas mudanças de direcção e nas ultrapassagens e a pedir desculpa verbalmente à parte de dentro do meu capacete.

Depósito de gasolina
O depósito é metálico
Ao meter gasolina (a marca recomenda 95 octanas) constatei que o depósito (ainda) é metálico e segundo dizem leva 21,5 litros. Não é que tenha medo de que enferruje a curto de prazo, mas os de plástico de certeza que não tem nem nuca terão esse problema! A tampa do depósito não precisa de rodar a chave para o fechar; tem um trinque e por isso basta empurrá-la, mas por outro lado também não deixa retirar a chave enquanto está aberta!
A tampa tem trinco, mas não deixa sair a chave!
Todas estas observações provavelmente devem-se a estar mal habituado com a minha RT, mas não posso deixar de ser exigente pois estamos a falar de uma trail topo de gama, que com os acessórios (que também são polémicos quanto ao preço) pode ultrapassar facilmente os 17.000€!

Tranca da direcção e manetes
Continuando com os pormenores, a tranca da direcção só fecha numa posição, quando virada para o lado do descanso lateral. O quê? Trancar só para um lado chega bem? Pois eu acho que não; para um objecto com este peso, existem alturas em que dá jeito acomodar a moto de acordo com o piso onde vai ficar a repousar e o facto de poder jogar com a direcção para os dois lados faz a diferença de a andar a empurrar à mão ou não, para a recolocar em local mais adequado.
As manetes da embraiagem e do travão são reguláveis, mas para os meus diminutos dedos, mesmo na posição mais curta tinha que rodar a mão para poder manobrá-las. Será que cresceram muito as mãos aos japoneses?
Com a moto parada faz-se notar o seu grande peso, sendo necessário algum esforço para a tirar do descanso ou para fazer algum pequeno movimento. De forma alguma convida a fazer manobras rápidas sem a necessária precaução, pois sente-se que a partir de um determinado ângulo de inclinação, já ninguém pode com ela.

Pousa-pés e porta-bagagens
Pousa-pés do passageiro
Acho as linhas gerais da moto muito bonitas. Excluindo aquilo que já disse sobre o painel de instrumentos e área circundante, todo o resto da carroçaria está plena de materiais de boa qualidade. Curiosamente o pousa-pés de borracha do condutor é igualzinho ao de uma NTV 650 de 93 que tenho em casa. O pousa pés do passageiro, em alumínio, tem já uma determinada forma que permite encaixar as malas laterais e o portas bagagens também tem boa pinta, onde também inclui lateralmente um par de encaixes de cada lado para as ditas malas.

Assento e escape
Espaço por baixo do assento
O assento é só de uma peça e o lugar do condutor é acentuadamente cavado, provavelmente para diminuir a altura ao solo; apesar disso pareceu-me oferecer uma comodidade correcta. Por baixo dele tem-se fácil acesso à bateria e à caixa de fusíveis. Existe ainda um pequeno compartimento para coisas diversas, como possa ser um cadeado e ainda tem um encaixe para a bolsa de ferramentas que vem com a moto.
O escape está bem acabado em aço inox, que termina em duas saídas, estando muito bem integrado no conjunto da moto.

As rodas
Roda dianteira
Convém destacar aquilo que é belo. Com uns aros pretos e todas raiadas, encaixam de maravilha naquela máquina, em especial a detrás que está presa no basculante monobraço e veio de transmissão, que é outra bela peça de arte. As medidas são tipicamente trail: 19’’ à frente e 17’’ atrás.

O preço
O preço de 14.000€, até nem é muito caro (custa menos 500€ que a Super Ténéré, mas não tem o modo de níveis de potência), tendo em conta que tem um quadro em alumínio perimetral, controlo de tracção desconectável, ABS combinado, veio de transmissão, um conjunto de rodas tubeless com raios e um motor com uma das configurações mais caras do mercado: 4 cilindros em V… Em França o preço é o mesmo, mas em Espanha custa mais 1.600€!
A bela roda e o terminal do escape com duas saídas
Onde não pouparam o cliente foi nos acessórios: sendo as malas compradas individualmente, as laterais custam 1370€ e o top case 726€, tendo disponível um “pack” com as três, por 1836€. O pára-brisas mais alto custa 160€, os punhos aquecidos, cerca de 300€ e o descanso central, 215€. Tudo somado, 2511€, mas se calhar também dava jeito um alarme (cerca de 280€), e os tubos decorativos/ protecção e os faróis de nevoeiro (930€). Ufff!

Malas laterais e top-case
A Crosstourer com todos os extras, incluindo top-case e malas laterais
Menção especial para estes acessórios caros, mas indispensáveis para quem viaja. Sim, são malas caras, mas encaixam na perfeição, sem ser necessários quaisquer suportes inestéticos. Não as vi neste teste, mas vi-as exteriormente no salão de Milão. São de alumínio, mas tão fino que me pareceram demasiado frágeis. Imagino o que será se caiem ao chão ao roçam em qualquer coisa. É que nem se podem pintar ou reparar! Preferia que fossem mais à moda do alumínio robusto das GS ou da Touratech. Ao preço que são e pelo frágil que parecem, penso que deve ser bem ponderado se vale a pena. De qualquer forma vai ser sempre complicada decidir, pois a alternativa será sempre colocar aqueles horríveis ferros para suporte. Eles (a Honda) sabem bem disso.

Dinâmica
Chegada a hora de ver as qualidades dinâmicas, o arranque do motor é quase instantâneo. Um segundito de motor de arranque e é vê-lo a ronronar com a sonoridade muito própria de um V4. A primeira e segunda velocidade fazem um “clanc” quando engrenadas em parado, mas em andamento são de todo uma suavidade.
Em cidade a moto sente-se algo pesada e à medida que se acelera, parece que o peso se vai evaporando. Chegado à zona de curvas, surpresa, a moto deita-se com uma facilidade incrível e o motor, esse sim é o grande protagonista de todo o conjunto. Com os seus limitados 129 cv às 7.750 rpm (a versão da VFR1200F tem 170cv às 10.000 rpm!) e um binário poderoso de 12,8 Kgm às 6500 rpm, a moto é extremamente elástica, permitindo acelerar em 6ª velocidade, em plano, a partir praticamente das 1500 rpm. O motor emite um barulho como se fosse protestar, mas em décimas de segundo atinge as 2000 rpm e daí em diante impulsiona-nos com uma pujança digna de uma desportiva. Quero dar uma nota negativa ao conta-rotações. Quando digo atrás 1500 rpm, quero dizer mais ou menos, pois a escala é tão pequena que mal dá para ver. O estilo compacto é muito bonito, mas nem por demais. Neste caso um conta-rotações de formato analógico/esférico seria bem melhor.

Veio de transmissão
O motor e veio de transmissão
Dentro do pouco que andei, o veio de transmissão que segundo parece é isento de manutenção, nem o senti, o que é um bom indicador, pois é sinal que não tem reacções estranhas ou parasitas. Porém esta informação não deve ser considerada fidedigna, pois não fiz suficientes quilómetros, acelerações e reduções bruscas que me permitam afiançar este dado.

Suspensões
O curso das suspensões, são um mistério. A marca não diz nada e as revistas pouco ou nada adiantam. Penso que é por lapso. Só consegui ver num teste francês que a da frente tem 165mm.
A suspensão da frente e o radiador de forma curva
É o normal para uma trail de vocação estradista (a Super Ténéré tem 190mm e a Multistrada 170mm) . Isto só para dizer que esta moto é óptima para desenrascar na cidade a subir passeios, pequenos trajectos em estradões, mas se formos além disso arriscamo-nos a, no mínimo, deixar marcas na carenagem. A suspensão de trás é segundo a nomenclatura da Honda, dotada do sistema pró-link, o que quer dizer que tem bieletas, que a tornam mais progressiva (teoricamente). Curiosamente numa aceleração que fiz em piso irregular ela até saltitou bastante, ou seja até foi pouco progressiva, mas isto não deve ser visto como referência, pois para além de não ter andado o suficiente, elas são multi-reguláveis, e pode até ter havido uma “estrela iluminada” que tenha mexido nelas, como aconteceu uma vez que fui testar a Ducati Multistrada: ao ter sentido as suspensões algo mais duras do que seria normal (são reguladas electronicamente), perguntei ao asno do vendedor e ele confessou-me que tinha alterado tudo para por ao gosto dele! Sobre este tema cabe ainda realçar que a suspensão detrás tem um prático manipulo para regular a compressão da mola, quando se leva passageiro e/ou bagagem.

A dupla embraiagem
A Honda tem neste momento em curso uma grande aposta que quer generalizar em muitos dos seus modelos: a dupla embraiagem. Nos carros está a vingar e nas motos a Honda é pioneira. É sem dúvida a forma automática mais eficiente e mais desportiva ao mesmo tempo, conseguindo melhores consumos do que o modelo manual. Este sistema já está implementado na VFR1200F, NC700X, NC700 Integra, NV700S e na moto em análise. Infelizmente ainda não está disponível para o público, mas a Honda fez questão na sua apresentação à imprensa de por todos o s jornalistas a andar numa.

Protecção aerodinâmica


O pára-brisas opcional
A moto que experimentei já tinha o pára-brisas alto (opção) e estava colocado na sua posição mais elevada, de duas possíveis. Mesmo assim senti no topo do capacete alguma interferência do vento. Nada que ver com a protecção que oferece a VStrom650. Os braços também estavam expostos ao vento, mas isso já considero normal para este tipo de moto.

Consumos
No trajecto que fiz, algo de cidade, estrada nacional, e a passagem nalgumas localidades, o computador de bordo registou no final uma média de 6,8l/100Km, o que me pareceu bastante ajustado à condução que fiz e tendo em conta o motor e potência que a moto tem. Porém nos testes dos jornalistas (em motos com dupla embraiagem), afiançam uma média de 5,0l/100 a andar bem e outra 5,4l/100 em velocidades legais. Talvez seja a dupla embraiagem que faz a diferença, mas estou convicto que este modelo nem em ponto morto faz menos de 5 litros. tenho a convicção que a sua média justa a velocidades legais, nunca será menos de 6,0 litros.

Conclusão
A Crosstourer é uma trail elegante e sedutora, que esconde o seu peso por baixo de umas linhas fluídas e ligeiras, nem fazendo desconfiar que alberga um possante motor V4 de 1200cc.
Para quê 129cv, se depois temos uns estreitos e duros  pneus trail de 150mm para transmitir essa potência ao chão? O princípio é: quanta mais potência, mais largos e macios devem ser os pneus, senão torna-se um contra-senso. Acho muito mais correto aquilo que fez a Ducati com a sua Multistrada, ao colocar rodas com medidas de estrada (17’’) e vários níveis de potência à disposição. Proporcional à elevada potência desta moto, está o seu peso, que penaliza de sobremaneira as manobras em parado/ baixa velocidade e a sua dualidade campestre.
Quando conduzimos não vemos o aspecto exterior da moto; vemos sim o quadro de instrumentos e tudo o que está ao seu redor. Foi exactamente nessa parte que a Honda “cortou as unhas rentes”, ao universalizar diversos componentes numa tentativa de controlo de custos, só que quem paga mais também deve querer melhor, certo?
Por tudo isto posso dizer que a Honda Crosstourer encantou, mas não me convenceu. Acho que vou esperar pela futura Pan European.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Rio Douro ... INCRIVEL ...



No passado sábado dia 25 de Fevereiro um grupo de 3 artolas decidiu fazer uma pequena volta de mota para aproveitarmos os dias e de sol e de temperaturas agradáveis.

Arrancando de Chaves seguimos para Mirandela, Vila Flor, Vila Nova de Foz Coa, São João da Pesqueira, descendo depois por uma estrada maravilhosa com uma paisagem inacreditável até o nosso querido Rio Douro. Após um repasto na Régua seguimos em direcção de Vila Real e claro com termino em Chaves.
Foram 312 kms feitos com muita vontade pois a seca que se fez sentir ao longo do inverno fez com que este passeio soubesse realmente a pouco.

Tenho apenas a salientar que foi uma surpresa muito agradável a minha CBR 900 RR, pois este modelo não só me faz recordar momentos nostálgicos da minha infância como se revelou uma surpresa muito agradavel a condução ... curvar, acelerar,suspensões... tudo menos a posição de condução como é evidente.
Um abraço
Filipe Lage