Comentário das imagens expostas


terça-feira, 25 de outubro de 2016

Yamaha Tracer 900 – Sensibilidade à flor da pele

Andava desejoso de testar esta moto por vários e diversos motivos:
·         Nunca tinha conduzido um motor de três cilindros, do qual falam maravilhas, aliás dizem que é teoricamente, a configuração mais equilibrada pois beneficia da elasticidade de um tetracilindro e do forte binário de um bicilindrico.
·         É uma moto que, tendo em conta o seu preço, cerca de 10.500 €, está dotada de bons componentes tecnológicos que beneficiam muito a sua estética, e teoricamente, a sua dinâmica. Estou a falar por exemplo, do quadro e do basculante assimétrico em alumínio, do acelerador electrónico com 3 modos de potência do motor e os nada desprezíveis faróis frontais e traseiros em led, ainda um pouco raro na sua categoria.. Estéticamente é uma moto que cativa. Para além dos componentes já mencionados destaca o escape curto, que sai lateralmente pelo lado direito da moto, e a própria configuração de hibrído de trail desportiva, com ambas as rodas de 17”.
·         Por último, estou na fase de comprar uma moto e esta está dentro do meu leque de opções, pelo que tinha que agora verificar se será tão boa como interessante.
O concessionário Moto Cruz de Vila Pouca de Aguiar e Vila Real, disponibilizou-me amavelmente esse modelo e eu, feliz da vida, por ter finalmente a oportunidade de experimentar uma moto interessantíssima.
A cor vermelha “red lava” fica bem neste modelo (já não está disponível em 2017), o qual tinha como extra um amortecedor de direcção Öhlins e uns bem enquadrados e discretos suportes, assim como o correspondente conjunto de malas Shad que pedi para retirar neste teste, para não influenciar negativamente o seu comportamento.
Depois de uma rápida explicação, sentei-me na moto e passei à acção.
A posição de condução é agradável, tipo supermotard e o assento senti-o duro, em especial no centro.
O quadro de bordo completamente digital
O quadro de bordo é todo digital e está muito completo e visível. Do lado esquerdo tem a informação fundamental, como é o conta-rotações, velocidade instantânea, relógio, modo de motor, etc., e do lado direito é o computador de bordo, que inclui a velocidade engrenada. Só tenho pena que seja ainda naquela cor e fundo tradicional, que já vemos (farto de ver!) nos relógios digitais há mais de 40 anos!
Ao arrancar o motor, mal se sente, quase não faz ruído, mas depois ao acelerar em andamento nota-se um pouco mais de alma.
Primeiro tratei de sair do pára-arranca citadino. Encaminhei-me para a nacional N15 que vai de Vila Real até Murça, mas tive antes que desembaraçar-me das aldeias que se sucedem nas imediações da capital transmontana.
Aí comecei a procurar sensações. No modo de potência Standart, com o qual estive a maior parte do tempo, o motor começava a reagir a partir da 3.000 rpm, o qual pareceu-me um pouco tardia e das 5 às 6.000 rpm sentia-se uma espécie de retenção. Só a partir das 6.000 o motor mostrava todo o seu poderio, mas nessa altura já superava os 120 Km/h em 6ª...
As suspensões cuja regulação não verifiquei, tal como a pressão dos pneus, sentia-as duras e quando aparecia alguma irregularidade, a moto saltava, não gerando confiança na condução.
Os travões travam muito bem, mas os dianteiros são muito sensíveis ao primeiro toque da manete. O detrás, pelo contrário requer toda a determinação do nosso pé para que se sinta o efeito, pelo que é recomendável testar previamente para que se possa tirar partido do mesmo.
Belos detalhes: escape e basculante em alumínio
Nas curvas, não me senti à vontade para entrar cada vez mais rápido e inclinado. À entrada da curva sentia uma espécie de resistência a deitar-se. Ademais, ao sair da curva o acelerador é muito sensível ao primeiro golpe de gás, sentindo-se uma espécie de gaguejo. Supondo que isso seria coisa do efeito (ou defeito) por ser acelerador electrónico, experimentei no modo de condução A e B. No primeiro, o efeito é mais ou menos o mesmo, mas no B, que imagino que deve ser o de menos potência, já não sentia tanto essa hesitação. Ademais, também no B, a entrega de potência já a senti mais linear, sem aquele “marasmo” das 5-6.000 rpm.
O quadro, em fundição de alumínio
A cúpula é regulável, mas a verdade é que pouco protege, um pouco mais na posição alta que na baixa. De qualquer forma o vento vai sempre parar ao capacete.
Quando me entregaram a moto, o computador de bordo indicava 6,4 l/100Km. Fiz “reset” e andei cerca de 60 Km, apresentando no final uma média de 4,8 l/100Km, pelo que considero uns consumos muito bons para aqui que andei.
Outro bom detalhe: ficha 12v
Não me vou prolongar nem argumentar mais sobre este teste. Tenho que referir que tinha elevadas expectativas para esta moto, pelos motivos que referi ao início. E saí dali verdadeiramente decepcionado. Já tinha lido sobre a debilidade das suspensões, da má protecção da cúpula e do assento algo duro, mas não esperava desiludir-me na parte dinâmica, mecânica e electrónica. Esta moto é um êxito mundial de vendas, mas a mim não me transmitiu sensações satisfatórias, pelo que provavelmente o defeito é meu ou esta unidade em concreto estará mal afinada, como é a pressão dos pneus, regulação das suspensões, sei lá....

No ano transacto a MT09 foi objecto de alterações nas suspensões e para 2017 já foi apresentada uma remodelação ainda mais profunda, incluindo a parte estética. Esta Tracer tem dois anos de mercado e já vai para o terceiro (2017) com apenas alterações cromáticas. Às vezes, aquilo que não serve para uns pode ser excelente para outros. Tendo em conta aquilo que relatei apenas posso aconselhar os eventuais interessados que experimentem bem antes de comprar.







1 comentário:

  1. Compi.
    Realmente esta mota não entra de bons olhos no meu mundo. É daquelas que por muito que me falem .... existem sempre melhores..
    Enfim, não gosto ... mesmo ...

    Abraço

    ResponderEliminar