Comentário das imagens expostas


segunda-feira, 14 de abril de 2014

Harley Davidson Street 750 - a Harley para todos

No passado sábado fiz um pequeno "teste-drive" inesperado, fruto de uma inesperada viagem a uma expectante exposição de motos em Madrid.


No piso dos expositores das motos
Já estive presente em diversas exposições de motos e isso leva a que formemos sempre uma determinada expectativa. Quando pensei nesta, mesmo sendo na capital de um país cheio de tradição motociclista, não tive o atrevimento de pensar que estivesse ao nível de uma EICMA de Milão, mas a verdade é que aquilo com que nos deparamos foi um salão ao nível da exposição que já vi na Batalha: - poucas marcas representadas oficialmente (3-4) e quase 2/3 da área ocupada era feira de venda de equipamentos e acessórios.
Não posso no entanto dizer que foi um dia perdido. Com a reduzida quantidade de expositores, eu e os meus compinchas, acabamos por rebuscar outros atractivos, como são os testes de condução e as demonstrações/ espectáculos.

Muito manobrável e segura a MP3
Eu e o Xavier não resistimos à tentação de fazer uma gincana com uma Piaggio de 3 rodas: a MP3 Yourban 300 IE. A sensação foi boa, muito manobrável, mas não deu para tirar grandes elacções.

O que sim, deu para fazer uma ideia algo consistente, foi com o teste de condução que fizemos a seguir com a Harley Davidson Street 750. O representante tinha à disposição 6 exemplares daquele modelo para quem quisesse dar uma volta muito jeitosa pelas ruas capital. Assim, todos devidamente enquadrados por um guia e um "vassoura", ambos em moto, lá fomos nós experimentar as sensações da nova Harley.

Mas antes é conveniente dissertar um pouco sobre a origem do modelo e algumas particularidades.

O motor, baptizado pelo fabricante com um sonante "Revolution X engine", é feito numa base completamente nova, a única dos últimos 13 anos, e tem disponíveis as cilindradas de 750 e 500 cc, mantendo a configuração tradicional V-Twin a 60º.

Este ano, numa primeira fase está a ser comercializado nos EUA, India, Espanha, Itália e Portugal. Penso que o facto de sermos incluídos no grupo restrito dos eleitos, não tem a ver com o nosso (pouco) dinâmico mercado, mas por simpatia com a Espanha porque o importador da marca é espanhol e comercializa as motos nos dois países da Península.

A Street 750/500, conforme sugere o seu nome, é um modelo focalizado para circular na agitação do trânsito citadino. Por isso a sua refrigeração é a água para evitar sobreaquecimentos, tem uma caixa de 6 velocidades adequadamente escalonada e o seu assento tem apenas 709 mm de altura. Conjuntamente com o seu baixo centro de gravidade, e a roda traseira de apenas 15 polegadas de dimensão, oferece ao condutor uma grande facilidade de manobra.
Para ver mais características técnicas:
http://www.harley-davidson.com/es_ES/Motorcycles/street-750/specs.html

Vamos agora às sensações colhidas no teste de condução.

Gostei da posição de condução. É correcta e descontraída, com os pés ligeiramente avançados, mas sem exageros como as suas irmãs maiores. O guiador também contribui para o equilíbrio da postura, bem proporcionado e a uma altura contida.

Os comutadores em cada um dos lados do guiador pareceram-me algo levantados em relação à posição da mão, obrigando a fazer algum esforço para lá chegar e mais ainda a mim, que tenho os dedos curtos. A instrumentação, tal como toda a moto em geral é algo austera, só tem o mínimo indispensável, sem conta-rotações, mas não choca pela simplicidade, pois neste caso condiz com o tipo de moto e com aquilo que ela custa.

Os comutadores esquerdos, algo girados para cima
O aspecto geral da moto agradou-me. Simples, nalgumas coisas até demais, mas compreenda-se, a Harley tem ao dispor do cliente um vasto leque de acessórios para a transformarmos na menina dos nossos olhos.

O mesmo ocorre com os direitos
O depósito leva 13,1 litros, tem a forma de gota mas parece que está virado para baixo, sendo plano na sua parte superior, ficando muito baixo em relação à posição do condutor.

O motor V-twin e tudo que o envolve é de cor negra, com o filtro de ar ao centro entre os dois cilindros, dá-lhe um visual tipicamente Harley que agrada à vista.
A carenagem que envolve o farol tem boa pinta, dando-lhe a personalidade de uma cruiser, em vez do ar pesadote das custom.

A transmissão secundária é feita por correia, com nítidas vantagens no silêncio de rodagem, ausência de manutenção e de sujidade na roda traseira que causa o óleo projectado da corrente. Só resta saber quanto custa trocar uma coisa daquelas e a periodicidade.

Cada uma das rodas de fundição de alumínio e sete braços tem um disco de travão. A dimensão da roda da frente é de 17 polegadas, mas a traseira tem apenas 15, tudo apontado para que a moto tenha boa nota na manobrabilidade.
O escape é a única coisa que pensaria seriamente em trocar ou retocar. E não será necessário ir à concorrência porque a Harley tem.

A chave de ignição está posicionada no enfiamento da coluna de direcção. Com uma breve pressão no botão de arranque o motor desperta, A sua suavidade de funcionamento tira-nos de dúvidas de que estamos perante um motor moderno com 4 válvulas por cilindro, feito segundo os moldes actuais.
A caixa de velocidades é extremamente suave e fácil de engrenar. O som do motor é cem por cento Harley e desenvolve com suavidade e energia em o leque de rotações. Fez-me lembrar o motor da Honda NC700X.

A travar é que enfim, deixou muito a desejar. Não foi por falta de aviso por parte do guia! Cumpre a função com segurança, mas desta vez fez-me lembrar a capacidade de travagem da minha Honda CX500 com 35 anos.
Confesso que estive tentado a sugerir mais um disco adicional, mas a verdade é que a citada NC700X tem apenas um disco e trava muito melhor!
Enfim, nada é perfeito e as motos não fogem à regra. Para além disso é uma Harley Davidson (!) que agora temos à nossa disposição por um preço bem simpático, em torno dos 7.000€ e muito funcional para o dia-a-dia. Eu gostei!

2 comentários:

  1. Boas companheiro.
    Apesar de não ser uma marca pela qual eu me identifico não posso ficar indiferente, até porque têm 2 rodas.. Nesta ultima foto apercebo-me que este modelo poderia ser uma substituta da tua amada cx 500.
    Na feira estava presente a nova VFR 800 ?? pelo que li e vi parece trazer muito carisma.

    Abraço

    Filipe Lage

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  2. Olá amigo Filipe,
    A minha amada CX500 (eheh) está num patamar diferente da Street, apesar de ter um poder de travagem muito parecido, eheh! Enquanto a CX foi projectada para ser uma turístico-desportiva (para a época), a Street foi feita para andar na cidade, apesar de claro, poder ir até ao fim do mundo como outra qualquer. Penso que neste âmbito chegaria bem a cilindrada de 500 cc, que está prevista, mas deverá ser só para alguns mercados que penalizam fiscalmente a cilindrada, como é no Japão.
    Abraço

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