Comentário das imagens expostas


domingo, 18 de dezembro de 2011

Compreender os pneus

      Confesso que, após muitos milhares de quilómetros e anos de experiência, ainda me custa compreender os pneus. 
Lembro-me em 1989, com a moto dos meus sonhos – uma Suzuki GSXF 750, com os seus impetuosos 106 cv, ao acelerar em piso calcetado, mesmo sem exageros, era vê-la logo a patinar sem grandes rodeios! Tinha uns Metzeler  de ferro! Vendia-a com 15.000 Km e ainda tinham muito para andar.
O Michelin Pilot Road 3 é o expoente máximo da tecnologia nesta categoria
Desde essa data os pneus evoluiram muito. Penso que mais do que as próprias motos, pese embora continuarem a ter uma duração considerável (8-15.000Km), têm muita mais aderência, em especial em superfícies resvaladiças. Tudo isto devem-se aos compostos em sílica tornando-os muito mais previsíveis, ou seja, ao derraparem são mais meigos, pois avisam com antecedência, isto claro, se estiverem quentes.
O que disse refere-se a pneus desportivo-turísticos, pois os desportivos estão noutro nível, com a sua borracha tipo autocolante. Por isso, quando vires um gajo a cavalo numa desportiva, a passar por ti a abrir nas curvas, não te impressiones nem fiques complexado. É uma espécie de batota, pois jogam com outras cartas, que parecem ser iguais, mas são todas trunfo.
A maior parte dos motociclistas não liga aos pneus, apesar de serem a única coisa que nos liga ao asfalto. Para adquirir um novo vão ao concessionário e metem aquilo que lhe aparece pela frente, ou melhor, aquilo que o vendedor quer impingir ou tem disponível.
Na colocação e bom uso de pneus deve-se ter em conta algumas regras básicas:
·         É necessário saber de antemão aquilo que se quer: pneus desportivos (grande aderência e baixa duração), pneus turístico-desportivos (média aderência e duração) ou pneus utilitários (baixa aderência e elevada duração). Por via das dúvidas, coloca uns iguais aos que já trazia de origem. Cada marca tem pelo menos um modelo para cada gama.
·         Colocar de preferencia os dois pneus simultaneamente, da mesma marca e modelo, pois assim garante-se à partida um comportamento homogénio; para colocar pneus de diferente marca e/ou modelo tem que se saber muito da ”poda”, sendo que a maior parte daqueles que fazem isso têm mais mania do que sabedoria, pois é preciso andar muito ao limite e gastar muitos pneus para tirar elações concretas.
·         Quem gostar de rodar rápido em curva com segurança, pode optar por pneus com piso bi-composto (como é o caso dos modelos que cito abaixo), com a parte lateral mais macia e o centro mais duro. Isto garante que em longos percursos em auto-estrada o pneu não fica deformado.
Como ver a validade; só está escrito num dos lados do pneu
·         Pedir no concessionário pneus que não estejam em armazém ou verificar a data de fabrico (ver imagem): o tempo envelhece a borracha e altera as suas características, ficando mais rija. Para além disso, quando vigorarem as inspecções é um factor de reprovação. A duração recomendada de um pneu é 4 anos.
·         Não alterar as dimensões do pneu em relação à medida de origem. Normalmente há a tentação de por um pneu mais largo atrás. Erro crasso. Ao tentar encaixar um pneu mais largo numa jante, o mesmo deforma-se, alterando o comportamento da moto, para pior , em especial ao curvar.
Nunca é demais saber ler o que está num pneu

·         Vigiar com rigor a pressão dos pneus. Pneus muito inflados ficam saltitões e com pouco ar deformam-se. Ter especial atenção quando se leva passageiro e nas mudanças de estação (calor-frio). Por princípio, não deves confiar nos manómetros das gasolineiras. Compra um bom só para a tua moto.
·         Não esquecer ao colocar pneus novos, rodar durante os primeiros 30-50Km muito suavemente, aumentando o ritmo em curva de forma progressiva, a fim de prevenir quedas por perda de aderência. O aspecto brilhante (e escorregadio) que apresenta um pneu novo é devido a uma “cera de desmoldagem” aplicada na linha de produção.
Sempre na estela de conseguir as melhores borrachas para a minha RaTa, isto é, os pneus com melhor aderência, melhor preço e que durem mais, já tive 3 marcas diferentes – os Metzeler Z6 Interact, os Michelin Pilot Road 2CT e os Bridgestone BT023GT.
Os dois primeiros duraram ambos cerca de 10.000Km, mas os Metzeler às vezes davam-me a sensação que perdiam aderência à frente ao curvar, com a consequente perda de confiança. Os Michelin nunca me deram qualquer sinal negativo, mas o pneu da frente acabou muito cedo; eu é que o fiz esticar até aos 10.000Km, com a permissão do (bom) tempo. Com os Bridgestone a coisa foi mais caricata. Nunca me deram qualquer receio, pese embora o da frente ter-me durado 14.000Km. O mal é que atrás, ao fim de 7.000Km (penso que durariam 8-9.000Km se os levasse até ao fim), tive que o trocar por outro novo, acabando assim por não desfrutar a curvar, pois o da frente já estava a meio uso. Por isso voltei novamente aos Michelin Pilot Road2, que ainda por cima tinham o preço em promoção.
Um recurso que usei para ver se encontrava o melhor pneu, foi um fórum de motos (BMW España), levando-me à conclusão que aquilo que pode ser bom para uns, para outros pode ser desastroso. Digo isto porque, em qualquer um dos modelos a duração podia variar de 6.000Km até 20.000Km ou mais. Se havia alguns que diziam que era muito seguro, havia outros que diziam que era instável… Claro que se registava uma tendência de opiniões e de dados, mas as diferenças eram demasiado grandes para chegar a uma conclusão segura.

Por a roda no ar só é bom para o espectáculo, mas pôe-nos a arder!!!
A duração dos pneus varia com a potência e o peso da moto, mas o factor preponderante é a forma de pilotar. Conduzir em ritmo lento, com acelerações suaves e aproveitando o travão motor para abrandar, dá uma grande longevidade aos pneus (sem falar do resto). Em contra-partida, acelerações repentinas, travagens bruscas e grandes velocidades, abrevia a duração dos mesmos. Aquilo que mais desgasta as partes laterais de um pneu da frente é a velocidade com que se entra na curva. Quanto mais velocidade, maior apoio, logo maior atrito e maior desgaste. Lógico não é?
Pelo exposto anteriormente, penso que cada um deve procurar o pneu que se adapte melhor ao seu estilo de condução. Claro que quem anda 3.000 Km por ano, nem chega a compreender o seu estilo, ou melhor, nem sequer tem estilo (as minhas desculpas aos leitores que se revejam nesta afirmação; não devem ficar zangados, devem é andar mais!).
Mesmo eu, usando pneus turístico-desportivos e a andar a um ritmo que me parece rápido, considero que me têm sobrado em aderência, pois muito antes de atingir os seus limites (dos pneus), a falta de visibilidade, as condições atmosféricas, ou seja, a precaução em geral, dá-me de forma prematura o meu limite de velocidade.
Já sabem que o melhor motociclista não é o que anda mais rápido, é aquele que nunca cai (que isso não sirva de desculpa para criar filas no trânsito! J).

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Novidades do 69º Salão de motos de Milão - EICMA 2011

Face ao meu bom trabalho jornalístico, a direcção do Diário de Motocicletas resolveu oferecer-me a oportunidade de ir a um dos maiores salões de motos do mundo - o EICMA de Milão. Eh! Eh! É claro que estou a brincar, mas é verdade que tive o privilégio de ir até lá com mais três companheiros. Mais um pequeno sonho realizado.
Não vou descrever esta aventura, mas vou partilhar convosco as maiores e melhores novidades apresentadas neste espectacular salão. Digo espectacular pelos impressionantes números que a seguir vos apresento: 7 pavilhões imensos, com mais de 1600 expositores e no exterior pistas de todo o tipo: trial acrobático, supercross, frrestyle, etc, e ainda 4 pistas (Honda, Yamaha, Suzuki e KTM), onde possibilitavam testar alguns dos seus modelos.
De seguida poderás ver algumas fotos das novidades, com uma breve descrição:

Honda NC700S - A futura ponta de lança em vendas da Honda. O preço base em Portugal será cerca de 5.750€

Honda Integra 700 com extras - A versão base vai custar 8.600€, onde inclui o C-ABS, transmissão automática e top case.


Honda N700X - Parecida à Crossrunner, a versão base (sem ABS e transmissão autom.) vai custar 5.999€. Bom preço!


Honda N700X - Versão com os extras disponíveis: malas, faróis, protecções laterais, adesivos, etc.


Honda VFR1200X Crosstourer - A nova trail-estrela da Honda - 4 cilindros em V, 129cv, controlo de tracção, C-ABS e umas linhas muito elegantes e consensuais.

Honda VFR1200X Crosstourer - Versão base (o descanso central é pago como extra)

Honda VFR1200X Crosstourer - Mostrador completamente digital.


Honda VFR1200X Crosstourer - Versão com extras, nesta imagem o escape Akrapovic.

Honda VFR1200X Crosstourer - A bela e bem acabada transmissão por veio.
Honda VFR1200X Crosstourer - Mais um extra: as malas em alumínio. Bonitas, mas pareceram ser extremamente frágeis.
Peugeot de 3 rodas, protótipo. Um ataque nítido ao monopólio da Piaggio MP3, com grande sucesso no mercado francês.

Peugeot de 3 rodas, protótipo. Até é bonitinha, mas a MP3 continua à frente.

Kawasaki Versys 1000 - A 1ª trail do mercado com motor de 4 cilindros em linha (da Z1000).

Kawasaki Versys 1000 - Versão com extras (malas, vidro e escape).

Aprilia SRV 850 - Uma scooter de corte muito desportivo.


Aprilia SRV 850 - Existe uma versão com as cores da desportiva RSV4 que fica espectacular!

Triumph Tiger 1200 Explorer - Grande desilusão quanto a acabamentos.


Triumph Tiger 1200 Explorer - O escape podia ser bem mais bonito e polidinho.


Triumph Tiger 1200 Explorer - A foto até favorece, mas o veio é tão feio como desproporcionado.


BMW C 600 R - a nova scooter da BMW em versão desportiva.


BMW C 650 GT - a nova scooter da BMW em versão turística.


Huskvarna 900 Nuda e Nuda R - 2 cilindros com mais de 100 cv e 174Kg: um maquinão para devorar curvas.


Husqvarna MOAB - um protótipo.

Husqvarna Concept E-go - um protótipo electrico, sem perspectivas de lançamento. 

Victory Zach Ness Vegas - uma custom muito sensual.

Ducati 848 Streetfighter - As pessoas eram tantas que nem uma foto decente consegui tirar!

Ducati 1199 Panigale, versão de pista.


Ducati 1199 Panigale - A estrela do salão. Tirar uma foto? Muito complicado!


MV-Agusta Brutale 675 - O motor é de 3 cilindros. Linhas e acabamentos irrepreensíveis!


KTM 350 Freeride - Uma trail-enduro leve e muito manejável.


KTM Freeride - A TT eléctrica (protótipo)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mais TT....

Mais um fim de semana de Todo-terreno em Chaves. Desta vez eu fiquei de rastos, e não foi preciso muito.. Ficam aqui algumas imagens, tudo captado, editado e publicado via iPhone...
Abraços.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mundial de Superbikes em Portimão


A Catarina preparada para o mau tempo

Com uns bilhetes “low cost” e muita vontade de virar quilómetros na moto, eu e a Catarina na minha “RaTa” e o Xavier mais a sua companheira na sua GS, rumamos a Portimão para ver a última jornada do Mundial de Superbikes. Tomamos o caminho mais divertido, mas mais demorado – Chaves – Mirandela – Vila Flor – Pocinho, onde constatamos com agrado que a nova IP2 já está aberta em toda a sua extensão até à A25 (cerca de 70 Km, pena o limite de velocidade ser só de 90 Km/h) – Guarda – Covilhã – Fundão – Castelo Branco - Portalegre – Estremoz – Évora – Beja – Lagos.
Xavier e a Carla na sua GS
Saímos por volta das 16H00 e às 00h15 estavamos à porta do nosso alojamento. Nada mau para um percurso com tantas limitações de velocidade e algumas paragens.
No dia seguinte fomos ver os treinos. Tivemos oportunidade de ir ao Paddock para ver as celebridades e toda a pafernália de camiões de assistência das equipas. Aí deu para verificar que a exuberante namorada do Marco Melandri (Manuela Raffaetà) é mais favorecida na televisão do que ao vivo!
A Manuela Raffaetà ao vivo e a cores
Ficamos um bocadito desiludidos no acesso ao Paddock, pois julgava que o passe também dava para ir ao “pit lane” ver as motos dos campeões nas suas garagens. Este ano a organização do evento aburguesou e limitou (e encareceu) mais os acessos do que no ano passado, ano de estreia.
Em compensação demos a volta à pista a pé, de bancada em bancada, procurando a aquela que nos desse a melhor perspectiva das motos para o dia das corridas. 

Carlos Checa em acção, vencedor da 1ª manga

O dia, apesar de curto, ostentava temperaturas que faziam inveja ao Verão e por isso fizemos questão de ir até à praia, e surpresa (!), a água estava óptima, mesmo ao anoitecer, coisa que nunca a encontrei assim noutros anos, em pleno Verão.
No Domingo foi o dia das corridas. Constatamos, porque é que o Carlos Checa é campeão do Mundo, ao ganhar com astúcia e perícia a primeira manga de SBK e na segunda ganhou o Marco Melandri com uma Yamaha, marca esta, que já anunciou que se vai retirar desta competição. Tenho pena que aconteça, ainda por cima com uma moto competitiva que ficou em 2º lugar do campeonato.

Marco Melandri, vencedor da 2ª manga

Nas Supersport não houve grande história. O já campeão do mundo Chaz Davies voltou a dominar sem dar hipóteses. Destaco o nosso Miguel Praia, que apesar de sair algo atrasado na grelha (13º), recuperou até um meritório 8º lugar.
Miguel Praia
Depois disto, restou-nos “dar corda aos sapatos” e pôr-nos no caminho de regresso a casa. Para variar e como era véspera de dia de trabalho viemos pela auto-estrada – A22 – A2 – A13 – A1 – IP3 – A24. Com partida às 16H30, cerca das 22h30 já estávamos em casa.
E com isto fizemos uma tripla despedida: do mundial de Superbikes, do bom tempo e das SCUT de borla. Que tristeza! Para o ano há mais… se a crise assim o permitir!

Uma rara Victory Vision Tour  no estacionamento do Autódromo


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Abertura Oficial da Época de Todo-Terreno.

A direcção deste distinto blogue, declara "OFICINALMENTE" aberta a temporada de Todo_Terreno em Todo o Portugal Continental, Açores e especialmente Madeira (porque nós gostamos é de buracos), ASS: O Vice-Consul de Vilar de Nantes em Matosinhos, Eduardo Bielas.


sábado, 1 de outubro de 2011

Suzuki DL 650 V-Strom – A moto fantástica

De todas as motos que tive até agora, a Suzuki é aquela que tem ocupado mais quantidade, tempo e distância na minha vida, e por isso ainda me desperta um certo desejo de voltar às origens.
Esta marca não é de grandes revoluções e luxos, mas tem feito ao longo da sua história excelentes motos. Não é tão bem acabada como por exemplo a Honda, mas é muito mais competitiva na relação qualidade-preço.

Já tive duas GSX750F (em 89 e 98), uma das quais rolou nas minhas mãos durante 115.000Km (com zero problemas) e uma DR350 para andar no monte.
A antiga 650 V-Strom já saiu há cerca de 7 anos, derivando da irmã maior - DL 1000, sendo que esta última acabou por ter uma curta carreira devido às fracas vendas. Vá-se lá saber porquê.
Em contrapartida a 650 teve um franco sucesso de vendas, granjeando rasgados elogios sobre as suas qualidades dinâmicas e ganhando nas revistas da especialidade todos os comparativos da sua classe. O sucesso foi tão grande que até no nosso pouco motociclista país existe um fórum só para a V-Strom. (http://www.vstromportugal.com/vstrom/index.php)
O motivo do sucesso? Muito maneável, polivalente, com uma excelente protecção aerodinâmica, a qual juntamente com um grande depósito de 22 litros lhe conferem boas qualidades turísticas e claro, umas linhas bonitinhas que geraram consenso. O motor, com dois cilindros em V, é potente quanto baste, solto e alegre.
Perante todas estas boas qualidades, mal se anunciou que ia sair o novo modelo, fiquei na expectativa de ver se conseguiam melhorar aquilo que já era bom.
Ainda tive que me “esforçar” para conseguir andar na moto de testes. Foi-me cedida uma, que andou nas mãos dos jornalistas nestes últimos meses e fui apanhá-la no concessionário Suzuki de Sto. Tirso.
O gerente, ao entregar-me a moto disse-me “olhe que é fantástica” e eu pensei – as motos para serem fantásticas têm que custar no mínimo 15.000€! Nada mais errado.
Olhando para o seu aspecto exterior, a sua principal diferença é ter a carenagem mais compacta, conferindo-lhe um ar muito mais ligeiro. Em cima dela a diferença é ainda maior com um pequeno, mas acertado painel de instrumentos. A traseira melhorou muito. A Suzuki sempre foi propensa a fazê-las feias. O primeiro prémio dava-o à minha antiga GSX750F de 98 por parecer a ponta de uma ogiva nuclear, o segundo à antiga V-Strom com o seu ar sisudo e pesado, e o terceiro à Hayabusa, pela ostensiva marreca. Posso dizer sem receio de controvérsia, que esta nova traseira está bem conseguida, estilizada, dando-lhe um aspecto muito ligeiro, com o escape bem rematado, apesar de todo ele ter um aspecto geral algo básico (orçamento assim o obriga).
A posição de condução parado é simplesmente perfeita e em andamento notamos o bom conforto do assento e o espaço que nos deixa atrás do rabo para tomarmos uma posição de condução mais desportiva (ao contrário da MTS 1200, em que ficamos “entalados” no assento).
Já com o motor ligado, o mesmo apenas rumoreja, mas ao acelerar mostra ter carácter, sem qualquer “poço” na curva de potência. Com 68 cv, não tem a pujança de uma moto de topo, mas não nos sentimos limitados para fazer seja o que for. E a curvar, que bem se deixa levar! Imagino que, depois de nos adaptarmos convenientemente, não há potência que bata esta moto.
De realçar o mostrador LCD, o qual entre outras coisas nos dá a velocidade engrenada e a temperatura ambiente. O consumo médio, contador parcial, etc. é-nos dado de forma alternada carregando num botão situado no punho do lado esquerdo. Um pormenor bastante raro neste segmento de motos. E quanto a beleza, faz roer de inveja a motos muito mais caras, como é o caso da Yamaha SuperTénéré.
Outro aspecto que não me passou despercebido, foi a protecção aerodinâmica. Como é sabido, aquilo que mais aborrece numa viagem mais longa ou no Inverno, é quando o vento vai direito ao capacete, gerando ruído, turbulência e muitos cadáveres de mosquitos. Pois bem, nesta moto o vidro deflector na sua posição mais alta (é regulável) ficou-me mais que perfeito. Nem uma brisa, mesmo a mais de 120Km/h. Penso que deve ser suficiente para a minha altura, na posição mais baixa.
Também importante é a panóplia de acessórios de viagem que podemos adquirir de origem: punhos aquecidos, vidro deflector maior com apêndice aerodinâmico, malas laterais (pena serem necessários aqueles inestéticos suportes em ferro), mala superior, protector de cárter (de plástico).
Maus pormenores? Sim, existem, mas com pouco relevo. Não gostei do acabamento do vidro deflector com aqueles 4 parafusos, cada um deles enfiados num profundo buraco (o vidro maior em opção parece já não ter esta lacuna, pois está tapado como no modelo antigo), e o facto de ser necessário desapertar esses mesmos parafusos para regular o vidro. Gostava que o depósito não tivesse perdido os 2 litros da antiga, mas a verdade é que prefiro mil vezes a motinha com aspecto esguio e ligeira, mesmo sabendo que um dia posso ficar pendurado na estrada por falta dessa gasolina. A silhueta da moto deixou de ter uma personalidade tão vincada como o modelo antigo, mas isto é como as mulheres bonitas, ao serem tão bem delineadas e perfeitas acabam por parecer (quase) todas iguais.
Esqueci-me falar dos consumos. Quando agarrei nela o computador de bordo marcava 5,3l/100. Durante a minha volta ainda baixou para 5,2. Um bom indício de que gasta pouco, apesar de ter puxado por ela.
Para não deixar nada por dizer, a caixa de velocidades pareceu-me correcta e as suspensões, no primeiro contacto, algo duritas, mas depois de alguns quilómetros pareceram-me bastante equilibradas. O amortecedor de trás tem um comando muito acessível para regular em compressão, no caso de se levar passageiro ou carga.
Confesso que adorei a moto. Quando a devolvi ao gerente disse-lhe que tinha razão, é mesmo fantástica. Com 9.000€, conseguimos fazer o mesmo que uma com o dobro do preço e divertimo-nos igual ou melhor, pois também é benéfico para o nosso ego sentir que dominamos (esprememos) a máquina e não ao contrário. 
Se a prefiro à Cross Runner? Gosto mais das linhas da Honda, e ainda do mágico motor V4. Porém a Suzuki é muito mais económica (gasta menos 1-1,5l/100 Km) e custa menos 2.000€, é mais confortável e dá para rolar em caminhos, subir e descer passeios, etc.. Dois mil euros, é pouco dinheiro para ti? Então compra a que quiseres. Se é muito, então escolhe a V-Strom.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Abertura da época de "CAÇA" !!!

Sim, é certo que habitualmente não se costuma postar nada sobre todo terreno. Contudo tenho que vos comunicar que é uma modalidade que já me acompanha desde os meus 15 anitos ... ui ui ... ninguém tem 15 anos !!!!















Com a chegada do tempo frio e das primeiras chuvas lá começa a morder o BIXINHO das primeiras gazadas na terra. Aquele cheirinho da terra molhada, aquela sensação de poder, de controlo, aquelas trialeiras durisismas ... de deixar os pelos arrepiados só de imaginar...

Assim estou certo que quem pratica que entende o que estou a falar quem não ... Azar o dele pois não sabe o que perde !!! ...


















Um abraço a todos e especialmente aos ENDURISTAS pois este post é escrito para eles !!!

Filipe Lage