Comentário das imagens expostas


sábado, 1 de outubro de 2011

Suzuki DL 650 V-Strom – A moto fantástica

De todas as motos que tive até agora, a Suzuki é aquela que tem ocupado mais quantidade, tempo e distância na minha vida, e por isso ainda me desperta um certo desejo de voltar às origens.
Esta marca não é de grandes revoluções e luxos, mas tem feito ao longo da sua história excelentes motos. Não é tão bem acabada como por exemplo a Honda, mas é muito mais competitiva na relação qualidade-preço.

Já tive duas GSX750F (em 89 e 98), uma das quais rolou nas minhas mãos durante 115.000Km (com zero problemas) e uma DR350 para andar no monte.
A antiga 650 V-Strom já saiu há cerca de 7 anos, derivando da irmã maior - DL 1000, sendo que esta última acabou por ter uma curta carreira devido às fracas vendas. Vá-se lá saber porquê.
Em contrapartida a 650 teve um franco sucesso de vendas, granjeando rasgados elogios sobre as suas qualidades dinâmicas e ganhando nas revistas da especialidade todos os comparativos da sua classe. O sucesso foi tão grande que até no nosso pouco motociclista país existe um fórum só para a V-Strom. (http://www.vstromportugal.com/vstrom/index.php)
O motivo do sucesso? Muito maneável, polivalente, com uma excelente protecção aerodinâmica, a qual juntamente com um grande depósito de 22 litros lhe conferem boas qualidades turísticas e claro, umas linhas bonitinhas que geraram consenso. O motor, com dois cilindros em V, é potente quanto baste, solto e alegre.
Perante todas estas boas qualidades, mal se anunciou que ia sair o novo modelo, fiquei na expectativa de ver se conseguiam melhorar aquilo que já era bom.
Ainda tive que me “esforçar” para conseguir andar na moto de testes. Foi-me cedida uma, que andou nas mãos dos jornalistas nestes últimos meses e fui apanhá-la no concessionário Suzuki de Sto. Tirso.
O gerente, ao entregar-me a moto disse-me “olhe que é fantástica” e eu pensei – as motos para serem fantásticas têm que custar no mínimo 15.000€! Nada mais errado.
Olhando para o seu aspecto exterior, a sua principal diferença é ter a carenagem mais compacta, conferindo-lhe um ar muito mais ligeiro. Em cima dela a diferença é ainda maior com um pequeno, mas acertado painel de instrumentos. A traseira melhorou muito. A Suzuki sempre foi propensa a fazê-las feias. O primeiro prémio dava-o à minha antiga GSX750F de 98 por parecer a ponta de uma ogiva nuclear, o segundo à antiga V-Strom com o seu ar sisudo e pesado, e o terceiro à Hayabusa, pela ostensiva marreca. Posso dizer sem receio de controvérsia, que esta nova traseira está bem conseguida, estilizada, dando-lhe um aspecto muito ligeiro, com o escape bem rematado, apesar de todo ele ter um aspecto geral algo básico (orçamento assim o obriga).
A posição de condução parado é simplesmente perfeita e em andamento notamos o bom conforto do assento e o espaço que nos deixa atrás do rabo para tomarmos uma posição de condução mais desportiva (ao contrário da MTS 1200, em que ficamos “entalados” no assento).
Já com o motor ligado, o mesmo apenas rumoreja, mas ao acelerar mostra ter carácter, sem qualquer “poço” na curva de potência. Com 68 cv, não tem a pujança de uma moto de topo, mas não nos sentimos limitados para fazer seja o que for. E a curvar, que bem se deixa levar! Imagino que, depois de nos adaptarmos convenientemente, não há potência que bata esta moto.
De realçar o mostrador LCD, o qual entre outras coisas nos dá a velocidade engrenada e a temperatura ambiente. O consumo médio, contador parcial, etc. é-nos dado de forma alternada carregando num botão situado no punho do lado esquerdo. Um pormenor bastante raro neste segmento de motos. E quanto a beleza, faz roer de inveja a motos muito mais caras, como é o caso da Yamaha SuperTénéré.
Outro aspecto que não me passou despercebido, foi a protecção aerodinâmica. Como é sabido, aquilo que mais aborrece numa viagem mais longa ou no Inverno, é quando o vento vai direito ao capacete, gerando ruído, turbulência e muitos cadáveres de mosquitos. Pois bem, nesta moto o vidro deflector na sua posição mais alta (é regulável) ficou-me mais que perfeito. Nem uma brisa, mesmo a mais de 120Km/h. Penso que deve ser suficiente para a minha altura, na posição mais baixa.
Também importante é a panóplia de acessórios de viagem que podemos adquirir de origem: punhos aquecidos, vidro deflector maior com apêndice aerodinâmico, malas laterais (pena serem necessários aqueles inestéticos suportes em ferro), mala superior, protector de cárter (de plástico).
Maus pormenores? Sim, existem, mas com pouco relevo. Não gostei do acabamento do vidro deflector com aqueles 4 parafusos, cada um deles enfiados num profundo buraco (o vidro maior em opção parece já não ter esta lacuna, pois está tapado como no modelo antigo), e o facto de ser necessário desapertar esses mesmos parafusos para regular o vidro. Gostava que o depósito não tivesse perdido os 2 litros da antiga, mas a verdade é que prefiro mil vezes a motinha com aspecto esguio e ligeira, mesmo sabendo que um dia posso ficar pendurado na estrada por falta dessa gasolina. A silhueta da moto deixou de ter uma personalidade tão vincada como o modelo antigo, mas isto é como as mulheres bonitas, ao serem tão bem delineadas e perfeitas acabam por parecer (quase) todas iguais.
Esqueci-me falar dos consumos. Quando agarrei nela o computador de bordo marcava 5,3l/100. Durante a minha volta ainda baixou para 5,2. Um bom indício de que gasta pouco, apesar de ter puxado por ela.
Para não deixar nada por dizer, a caixa de velocidades pareceu-me correcta e as suspensões, no primeiro contacto, algo duritas, mas depois de alguns quilómetros pareceram-me bastante equilibradas. O amortecedor de trás tem um comando muito acessível para regular em compressão, no caso de se levar passageiro ou carga.
Confesso que adorei a moto. Quando a devolvi ao gerente disse-lhe que tinha razão, é mesmo fantástica. Com 9.000€, conseguimos fazer o mesmo que uma com o dobro do preço e divertimo-nos igual ou melhor, pois também é benéfico para o nosso ego sentir que dominamos (esprememos) a máquina e não ao contrário. 
Se a prefiro à Cross Runner? Gosto mais das linhas da Honda, e ainda do mágico motor V4. Porém a Suzuki é muito mais económica (gasta menos 1-1,5l/100 Km) e custa menos 2.000€, é mais confortável e dá para rolar em caminhos, subir e descer passeios, etc.. Dois mil euros, é pouco dinheiro para ti? Então compra a que quiseres. Se é muito, então escolhe a V-Strom.

3 comentários:

  1. Mais um excelente ensaio do amigo Mário!... Já falei ao Filipe que temos que arranjar credenciais de jornalista para tí... este blogue tem cada vez mais pinta de "Assunto Sério", no melhor sentido do termo.
    Abraço, Eduardo Bielas.

    ResponderEliminar
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  3. Conpanheiro...

    Tu realmente tens pinta de jornalista !!! Escreves bem crias um texto com cabeça, tronco e menbros e es tendencioso !!!!!!!!!!!!

    SUZUKI !! SUZUKI !! SUZUKI !! SUZUKI !!!!!!!

    Uma 650 assim tão boa ????? Não me F.... !!
    Numca te esqueças tudo na vida tem de ser grande !!! Grandes contas bancarias ! Grandes casas ?? Grandes Barcos ... Até os homens tem de ser grandes ... tipo 1.93 mais precisamente !!

    VIVA AOS MOTORES 1200 e claro a minha ignorância. :(

    Abraço
    Filipe Lage

    ResponderEliminar