Não
sei se, caro leitor, alguma vez passaste pela situação de teres tanta fome que
até um pedaço de pão sabe a glória…
Isto
para dizer que, eu e o meu amigo Filipe estavamos em tal estado, que estavamos
decididos a, naquele instável sábado, lançarmos-nos à estrada com o que
houvesse à mão. Digo à mão, porque a minha RT estava estacionada bem longe de
Chaves e tinha apenas disponíveis as minhas meninas, digo as minhas CX500.
Saímos
depois de almoço e quando íamos a sair da Lage & Lage, demos conta que o
céu estava negro e pesado e estava a preparar-se para castigar os mais
desprotegidos.
Eu
montado na sua sofisticada Multistrada e ele na minha combativa CX, era ver-nos
a correr a “tout vitesse”, comigo a tentar dominar os 160 CV da Ducati e o
Filipe a espremer os 50 CV da Honda, o que nos manteve sempre à frente do nosso
competidor mais directo – a chuva.
Depois
de 60 fenétricos quilómetros, chegamos a Vinhais, tiramos umas fotos de familia
e devolvemos as monturas aos seus correspondentes donos.
Esses
curtos 10 minutos parados, foram suficientes para que o céu se vingasse da
nossa curta vitória e a partir daí o ambiente passou a ser molhado, muito
molhado!
Alguém
quis voltar para trás? Alguém estava triste? Qual quê! Toca a inaugurar a
temporada de Inverno com uma boa voltinha à chuva!
Apontamos
o azimute para a Gudiña e a bom ritmo fizemos todas aquelas estreitas e caprichosas
curvas.
Entramos
em Espanha. A estrada alargou-se e o piso melhorou, mas a chuva não parou.
Chegados
à Gudiña e ainda se mantinha a fome de mais estrada e aí dirigimo-nos para norte
em direcção a Campobecerros, donde estão a construir e passa a nova linha do
AVE.
Nesse
trajecto até Verín, apanhamos de tudo: mau piso, curvas impossíveis e nevoeiro,
mas também desfrutamos de uma parte muito divertida, em forma de montanha russa
com o piso imaculado.
Chegamos
a Verín e daí rumamos a Chaves. Nem nos apeteceu parar pelo caminho, mas
naquele momento demos conta que necessitávamos tomar algo quente para
retemperar forças.
Com
este curto passeio sentiamo-nos recuperados. Tinhamos saciado de certa forma a
fome e a saudade de tanto milhares de quilómetros que fizemos juntos e que
agora, por motivos de distância, já há muito não fazíamos.
Que maravilha..
ResponderEliminarApenas o que tenho a dizer...
Maravilha por te ver a voltar a escrever neste nosso blog, maravilha porque demos um belo passeio ( mesmo a chuva ), maravilha porque acima de tudo estava sedento de dar uma volta na tua companhia pois realmente dizes e bem são dezenas de milhares de kms feitos o que não esta ao alcance de todos, mas estou certo que muitos mais viram .... :)
Do resto.. reportagem top, conteúdo top.
Um bem haja !!!!!
Filipe Lage
Obrigado amigo pelas tuas palavras.
ResponderEliminarA verdade é que só escrevo quando algo me inspira e me motiva. Por isso espero e tudo farei que se repitam muitas mais vezes momentos como este e muitos outros pelos que já passamos.
No final, aquilo que fica são as boas recordações. Bons momentos, donde desfrutamos da adrenalina e do risco calculado, onde chegamos ao fim, com vontade de repetir mais e mais.
Um abraço com amizade e boas curvas com a tua maravilhosa Ducati.