Comentário das imagens expostas


terça-feira, 12 de junho de 2012

Viagem pelo litoral Alentejano até ao Algarve





O trajecto

Depois de 3 lés-a-lés e muitas viagens por este país fora, tenho a impressão de conhecer bastante bem Portugal, mas a encosta alentejana soa-me a muito vago, pelo que, sob o pretexto de ir ver uma prova de WTCC a Portimão, resolvi no início deste mês, partir à descoberta da beleza do litoral Alentejano.
Início do percurso
Depois de pernoitar em Lisboa, arranquei ao meio da manhã, dirigindo-me pelo itinerário mais direto, via ponte Salazar – Almada – A2/IP7, saindo na nacional IC1 antes do cruzamento da Marateca.
O rio Sado e os seus arrozais
Logo de início tinha decidido não ir a Tróia, um lugar de belas e extensas praias, por ainda ter muito presente na memória aquele local e por isso só considerei como verdadeiro início do meu roteiro, quando passei Alcácer do Sal. E aí fui presenteado com um belíssimo postal: o rio Sado, rodeado de verdejantes arrozais, com algumas cegonhas à procura de algo para a sua dieta.
Santiago do Cacém
Depois passei uma terra que em nada soa a Alentejo – Santiago do Cacém. Cacém soa a Lisboa, mais por culpa de uma paragem de comboio na linha de Sintra que lhe dá fama e  é uma freguesia de Sintra.
Continuando, rapidamente passei ao largo Grândola, pelo IP8, que me levou por vias largas (algumas por acabar) até Sines. E aí tive o primeiro contacto com o mar. Estava tão apetecível que acabei por parar e apreciar a paisagem com mais detalhe. O contraste era grande: de um lado, convidativas praias de areia fina com o mar espraiado, e do outro, uma gigantesca central termoelétrica com duas ameaçadoras chaminés a apontar para o céu.
Sines: praia e poluição
Saí da nacional N120/IC4 para uma estrada secundária e depois disto foi como entrar no paraíso, que também é o início de zona protegida (Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina). Depois de praias e mais praias entrecortadas entre dunas altivas, cheguei a Porto Côvo, uma terra que nos parece ser familiar e até dá saudades, mesmo sem ter lá ido, muito por culpa do Rui Veloso. Foi a região que me pareceu menos explorada, pese embora dar-me a noção que no pico do Verão, deve ser uma gigantesca invasão do pessoal de Lisboa.
A beleza da encosta
 Passados os momentos de êxtase, que as fotos não conseguem traduzir, seguiu-se outra paragem não menos icónica – Vila Nova de Milfontes. A grande nota dominante desta terra é a foz do rio Mira com um discreto castelo, o forte de S. Clemente, que foi construído no final do séc. XVI para travar os constantes assaltos de piratas magrebinos.
À entrada de Porto Côvo
Passados mais uns quilómetros, entrei naquela que me deixou mais boquiaberto, no que a beleza se refere – Zambujeira do Mar, com uma praia simplesmente fantástica, que depois de lá estar não deve dar vontade de mais de lá sair.
Passado este trio de locais arrebatadores, entrei numa estrada muito interessante – a N120: um piso perfeito, com muitas e bem desenhadas curvas, que mais me fazia sentir no Norte do que no Alentejo.
Vila Nova de Milfontes: vista do outro lado do rio Mira
Depois disto comecei a afastar-me do mar até que atravessei Aljezur, do qual apenas consigo realçar o castelo que bate nos olhos de qualquer visitante que vem do norte, lá no alto de uma pálida montanha.
Com o mar cada vez mais longe, a paisagem passou a ser mais seca e austera e por coincidência o sol começou a dar lugar a uma névoa cada vez mais intensa. Vi uma placa para a direita a indicar Sagres e foi por aí que eu fui – sempre a rumar para o mar! A paisagem alternava entre longas retas e curvas que serpenteavam por entre montes cheios de vegetação rasteira. Chegado a uma terra chamada Carrapateira, resolvi arriscar por uns caminhos em terra e aí vi mais uma zona de encosta protegida, rodeada de extensas dunas, mas também muito cuidada para o visitante poder apreciar, sem estragar.
Zambujeira do Mar, praia
A paisagem mudou de figura: as brilhantes praias de areia, deram lugar a encostas agrestes com rochas e escarpados, agravadas pelo céu cinzento, mas que não deixavam de ser de uma grande beleza.
Continuei a rumar para sul, e a névoa cada vez mais densa, que tornava o ar marítimo cada vez mais desagradável. Parecia que me estava a aproximar do cabo das tormentas!
N120 - curva bem redonda em Ocedeixe
Cheguei a Vila do Bispo, já pouco motivado pelo tempo e a tarde a findar. Mesmo assim resolvi ir à vila de Sagres, apesar de já lá ter ido anteriormente. Arrependi-me. Depois de umas longas e fastidiosas retas cheguei lá e vi… nevoeiro. Estive apenas o tempo suficiente para tirar uma foto e regressei.
Chegado ao ponto inicial, não pensei noutra coisa senão ir direto para Lagos, pois, para ver nevoeiro, podia fazê-lo na casa de banho ao fim de 5 minutos de um banho quentinho! Hummm!

Estatística:
·  Distância do percurso – 363 Km;
·  Velocidade média (com paragens) – 50 km/h;
·  Consumo – 4,7 l/100 Km;
·  Ascensão acumulada – 2310 m;
·  Ponto mais alto alcançado (Atalaia, Grândola) – 320 m; 
·  Ponto mais baixo alcançado (vários locais) – 4 m.


Aljezur e o seu castelo






Cruzamento para Vila do Bispo e Sagres


Carrapateira, junto ao mar
Encostas rochosas

Forte de Sagres