Comprometi-me
a participar no Lés-a-Lés e estava sem moto. Alugar uma, custava uma pastão e como
estava indeciso (e ainda estou!) sobre qual seria o meu próximo amor, resolvi
comprar algo provisório.
Com alguma sorte
descobri uma Transalp de 2008 por cerca de 5.000€ e 11.000 Km e rapidamente decidi
comprá-la, pois sabia que a sua configuração de trail seria a ideal para as
voltas do Lés-a-Lés e boa para voltar a vendê-la. Assim o fiz e acabei por me
surpreender com esta velha conhecida!
Já tinha
andado nela há quase 6 anos. Pensava eu que, depois de ter uma BMW RT, ía dar
um passo (ou vários!) à rectaguarda. Rapidamente verifiquei que estava rotundamente
enganado!
Tinha-a
testado, tinha-a visto centenas de vezes e a estética não me seducia. A
cilindrada é considerável, mas declara tão só 60 cv de potência.
Com a cúpula original |
Com uma cúpula adaptada |
Como já disse,
apesar de não a considerar uma beldade, para além do motor, tem detalhes muito
interessantes e de qualidade, como são as suas rodas raiadas com a jantes negras
e o colector de escape todo ele em aço inox. Também gosto do seu quadro de
bordo com a combinação do conta-rotações analógico com o velocímetro digital,
apesar de algo fora de moda.
O quadro é bastante completo, mas já acusa o peso dos anos |
O mais
interessante surgiu quando comecei a fazer quilómetros. E nada como o Lés-a-Lés
para testá-la.
A Transalp é
decididamente uma moto
fácil de conduzir. O seu modesto e robusto quadro de aço, aliado a uns estreitos e acertados pneus Bridgestone Trail Wing (130mm/17´´ atrás e 110mm/19´´ à frente), deixa que curvemos com a moto até limites que pensava não ser possível com este tipo de moto. O duplo travão de disco à frente cumpre na perfeição, conseguindo levar ao limite da aderência o seu estreito pneu da frente e o motor, sempre cheio e linear, acelera com alegria até ao máximo das suas 8.000 rotações.
Falando de defeitos, no Verão sente-se bastante nas pernas o calor do motor.
Ainda terei que verificar bem o assunto, mas a iluminação à noite é bastante deficiente, tanto nos médios como nos máximos, e ao curvar, pior ainda!
fácil de conduzir. O seu modesto e robusto quadro de aço, aliado a uns estreitos e acertados pneus Bridgestone Trail Wing (130mm/17´´ atrás e 110mm/19´´ à frente), deixa que curvemos com a moto até limites que pensava não ser possível com este tipo de moto. O duplo travão de disco à frente cumpre na perfeição, conseguindo levar ao limite da aderência o seu estreito pneu da frente e o motor, sempre cheio e linear, acelera com alegria até ao máximo das suas 8.000 rotações.
Falando de defeitos, no Verão sente-se bastante nas pernas o calor do motor.
Ainda terei que verificar bem o assunto, mas a iluminação à noite é bastante deficiente, tanto nos médios como nos máximos, e ao curvar, pior ainda!
Só falta falar
das suspensões. Nota muito positiva para ambas. A da frente não tem regulação e
a de trás apenas tem na compressão, através de um parafuso. Pareceram-me extremamente
equilibradas, em especial a de trás. A da frente podia ter um pouco mais de
retenção (dureza) no final do recorrido, em travagens mais fortes, mas a
verdade é que já seria pedir demasiado para este tipo de moto…
Com todo este
desempenho, a Transalp acaba por ser uma moto que não te deixa atrasar nem te
deixa complexado em relação a outras motos muito mais potentes, a não ser que
vás medir velocidades máximas ou acelerações puras. Ademais é muito comedida
nos seus consumos, rondando os 5 litros/100Km, em ritmo vivo.
Dito isto, só
faltaria acrescentar que esta seria a moto ideal e definitiva. Mas não. Esta
moto está feita para que se sinta satisfeito o principiante e o veterano, mas
para quem já andou muitos milhares de quilómetros e gosta de se divertir, diria
que faltam aqui mais 30 cavalinhos.
Por isso eu vou testar a nova África Twin. Vou ver que tal vai e depois
direi qualquer coisa. Até lá!
Companheiro...
ResponderEliminarPodes falar o que tu quiseres, suspensões, pneus, falta de cavalos, etc, etc. Mas na verdade quando descemos a N2 para me livrar dessa mancha amarela torrada do meu retrovisor tive que suar muito. Então na descida para Gois fiquei alucinado como estavas a curvar. Foi preciso desgastar bem os patins da minha flamejante DUCATI MULTISTRADA para que deixa-se de ouvir o ronronar do teu cavalo.
Enfim, como sabes compreendo e assino por baixo tudo que escreveste ... especialmente o ultimo paragrafo.
Abraço
Filipe Lage
A verdade é que me dá um imenso prazer debater interiormente e exteriormente todos os prós e contras na escolha de um determinado modelo. Não sei se é por estar cada vez mais jovem (hehe!), mas desta vez não me apetece muito decidir pela razão e quero ir mais pelo coração. A ver vamos o que vai sair...
ResponderEliminarUm abraço companheiro