Antes de partit |
Este passeio não tem nada de especial,
dirás tu. Mas para mim tem e para o meu amigo Filipe também me pareceu que sim.
Isto porque, depois da travessia de um duro Inverno a ver a moto "prostrada"
na garagem e muitos meses sem andar juntos, este passeio foi como, em termos
religiosos, renovar a alma, e em termos de actos médicos, uma transfusão de
sangue, eheh.
O dia estava perfeito, um sol límpido
e brilhante, que enchia a paisagem de luz e cor, dando-nos vontade, não só
andar de moto, mas também de voar (hummm, quem me dera ter asas).
O trajecto |
A estrada, limpa de pós e areias e bem
conservada, convidava rasgá-la ao meio com as nossas motos, mas eu, cauteloso,
avisei logo antes da partida que estava cheio de ferrugem no corpo e na mente e
por isso não esperasse grandes cavalgadas.
A resposta dele foi para eu ir à
frente. Uma dúzia de curvas depois e os pneus bem quentes, qual ferrugem qual
diabo! gááááááás!!! Até Bragança foi sempre a curvar, acelerar, travar, em
resumo, disfrutar como já não o fazia há muito tempo. O Filipe claro, sempre a
acompanhar, quanto mais eu andava, mais ele acelerava, era como se lhe
estivesse a lançar rebuçados.
Filipe e o seu gps improvisado |
Em Bragança, ainda meios turvados com
a adrenalina, surgiu-nos a dúvida, e agora para onde vamos? Por Mogadouro! Depois
de uma mal sucedida tentativa de montar o gps na moto (a ventosa não colava no
depósito), para nos orientarmos, recorremos à forma mais tradicional - falar
com um taxista.
É provável que já tenha passado por
estas estradas em ocasiões anteriores, mas como não é usual não tenho a
certeza, mas tenho que dizer que à medida que avançavamos, mais me caíam os
queixos com o gosto que aquilo me estava a dar. Curvas redondas e penosas para
os carros, mas um mimo para as nossa motos. Até Mogadouro foi uma delícia e daí
até Vila Flor foi um sopro pelo já nosso conhecido IC5 (ver anterior artigo). O
objectivo era almoçar em casa e as horas começaram a apertar. De Vila Flor a
Mirandela, pela N213, é sempre agradável passar por lá, em especial nesta
época, ao inalarmos o agradável cheiro dos lagares de azeite, que agora trabalham
a todo o gás.
Em Bragança |
De Mirandela a Chaves, nada de novo,
muito rápida até Valpaços e muitas curvas e bom piso até Chaves, mas cheia de
limites de velocidade, localidades, rotundas, etc.
A voltinha, (320Km) foi tão frenética e
entusiasmante que nem nos ocorreu parar para beber um golo de água. Nós é que
somos uns bebedores!!! Mas ficou-nos água na boca para mais.