Antes de mais quero esclarecer que a pressão a que me refiro no título não é para os 200 cavalos, é todinha para mim. Porque isto de ter entre as pernas a moto de série mais potente e veloz do mundo (200 cv/304 Km/h) não é brincadeira. Nesses termos, por mais que me possa doer as costas, curvo-me respeitosamente perante esta obra mestra de beleza e de tecnologia, pois com isso sei que em troca, obterei o seu respeito.
Com o arranque do motor da moto, o meu coração também aumentou de batimentos, mas depois no arranque até se revelou muito suave.
A posição de condução, como é óbvio neste tipo de mísseis, perdão, queria dizer máquinas, é carregada sobre os braços. É verdade que é cansativa, mas ao acelerar com ímpeto vemos que afinal até é uma posição lógica (!) e ao curvar ainda mais.
Não vou falar de qualidades dinâmicas nem coisa do género, pois o tipo de estrada onde andei pouco deu para acelerar e ainda menos para curvar. Posso afiançar no entanto que a mesma é pior que um miúdo hiper-activo e trava tão bem que até os olhos querem sair das órbitas. Até às 7-8000 rpm (de 14000 possíveis), que foi até onde consegui acelerar fugazmente, não notei qualquer poço de potência ou qualquer coisa do género.
Como tem potência para dar e vender, tem 3 níveis: o máximo – race, o intermédio – sport e o menor para a estrada molhada – rain. Ainda alternei entre eles para ver se notava algo, mas sinceramente para esta humilde e ignorante alma foi tudo igual, o que não é de admirar, pelo pouco que rodei.
O que achei fantástico foi a tecnologia “quick shift” (assistência na passagem de caixa). Este sistema electrónico, que actua através do corte de injecção, permite meter velocidades no sentido crescente sem embraiagem nem corte de aceleração. Bom, se me descrevessem a experiência, nada me diria, mas ao experimentar, é quase como comer batatas fritas, quer-se mais, mais, mais… O único problema é que, como aquilo é sempre a crescer em potência e velocidade, às páginas tantas já a roda da frente queria levantar e a velocidade a que ia, nem deu para ver, mas tenho a certeza que era demasiada para o tipo de estrada.
Não posso deixar de realçar a vasta tecnologia desta moto, alguma dela exclusiva aquando do seu lançamento. Tem um ABS dinâmico combinado com o controlo de tracção, este, regulável em 4 posições, de acordo com o tipo de condução. As suspensões, multi-reguláveis, como não podia deixar de ser, são evidentemente duras, mas não deixam de ter um amortecimento muito bom nas pequenas irregularidades. Escusado será dizer que não me atrevi sequer pensar em andar a mexer nestes botõezinhos.
Mas o melhor da moto, são as suas linhas. Agressivas e sedutoras, desafiam a simetria, mas tudo ligado com harmonia. No seu costado esquerdo tem uma só saída de ar, mas do lado direito as saídas reclamam a imagem da guelra de um tubarão.
A S1000RR não é para qualquer dente, tanto no preço (18.000€) como nas performances, pelo que, quem a compre, ou tem a cabeça bem assente nos ombros ou então arrisca-se a perdê-la em pouco tempo. Que mais é preciso dizer para perceberes?
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